A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (3) a Operação Chamada Restrita, que desarticulou uma quadrilha composta por presidiários responsáveis por aplicar golpes telefônicos em várias partes do Brasil. Usando informações obtidas em redes sociais, os criminosos extorquiam vítimas sob ameaças, alegando que elas estavam envolvidas em “delações” contra criminosos nas comunidades.
O golpe
A quadrilha intimidava as vítimas dizendo que “x-9” deveriam “sofrer as consequências” por sua suposta colaboração com as autoridades. O pagamento das extorsões era exigido via Pix, e muitas vítimas chegaram a contrair dívidas para atender às exigências dos criminosos.
Alvo da operação
Segundo a Polícia Civil, o grupo criminoso era formado por 15 pessoas, incluindo presidiários, suas esposas e outras pessoas que “alugavam” suas contas bancárias para receber o dinheiro das extorsões. Nesta terça-feira, foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão nos estados de São Paulo e Pernambuco. A operação também resultou no bloqueio de R$ 1 milhão.
Perfil dos criminosos
O delegado Adyr Martins, em entrevista coletiva no Recife, destacou a agressividade da quadrilha durante os golpes. “Pessoas fizeram dívidas para poder pagar essas extorsões”, afirmou.
Os dois presos na operação foram identificados como Thiago dos Santos Lima e Raiane da Paz Nascimento, ambos com extensa ficha criminal. Thiago, que já havia sido preso por tráfico de drogas e homicídio, estava solto desde 2023 e se envolveu em uma facção criminosa. Ele também participou de uma guerra entre grupos rivais que culminou na morte do garoto Gael, em janeiro deste ano, em Itamaracá.
Já Raiane foi detida em Igarassu, no Grande Recife. Ela tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas, maus-tratos a idosos, cárcere privado e por levar celulares para dentro de presídios.
Impacto da operação
Com o bloqueio de recursos e a prisão de integrantes-chave, a operação desarticulou uma das principais redes de extorsão telefônica operadas por presidiários no Brasil. A investigação continua para identificar outros envolvidos e rastrear os valores desviados.
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