As movimentações políticas em Pernambuco já projetam uma possível batalha eleitoral em 2026 entre dois nomes de peso: João Campos e Raquel Lyra. No entanto, a verdade é que Campos, jovem, mas já veterano em termos de articulação, só entrará nessa disputa se tiver garantias concretas de que a vitória é praticamente certa. O PSB, partido que consolidou um império em Pernambuco nas últimas décadas, não vai arriscar seu principal herdeiro político em um cenário de incertezas. E é aí que entra o papel crucial da governadora Raquel Lyra.
Os resultados das eleições municipais de 2024 em Pernambuco reforçam essa cautela. O PSB e o PSDB, as duas principais forças políticas do estado, conquistaram o maior número de prefeituras, cada um elegendo 31 prefeitos, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O PP garantiu 24 prefeituras, seguido pelos Republicanos com 22 e o PSD com 19. Outras siglas também tiveram representatividade significativa, como o MDB (12), União Brasil (10), Avante (8), Podemos (8) e PT (6). Partidos menores, como o PV (5), PL (2) e PC do B (1), também elegeram seus representantes.
Além disso, ainda há dois importantes redutos políticos, Olinda e Paulista, que foram para o segundo turno. Nessas cidades, Raquel Lyra está diretamente envolvida, apoiando seus respectivos candidatos. As pesquisas mostram que os candidatos apoiados por Raquel estão liderando com folga, indicando uma vitória tranquila em ambos os cenários. Esses resultados só aumentam a vantagem de Lyra no cenário estadual, o que pode complicar ainda mais os planos de João Campos.
Na região da Mata Norte, Raquel está cada vez mais consolidada, com apoio político em cidades estratégicas como Vicência, Nazaré, São Vicente, Macaparana, Aliança e Carpina. Esses municípios, além de serem fundamentais em termos eleitorais, são polos de influência que podem definir alianças e fortalecer a governadora no caminho para 2026, caso mantenha o controle político da região.
Em resumo, João Campos só vestirá a camisa do PSB em 2026 se Raquel Lyra deixar brechas claras para uma vitória. E, até lá, os socialistas vão observar de perto, esperando que algum tropeço crie o cenário ideal para seu retorno triunfal. Caso contrário, Campos pode muito bem preferir esperar um momento mais propício para voltar à cena com o pé direito.
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