Em uma movimentação estratégica que pode redesenhar o cenário político do Nordeste, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), avalia migrar para o PSD, partido que integra a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e controla três ministérios no governo federal. A informação foi publicada neste domingo (3) pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, que afirma que a saída de Lyra do PSDB já estaria encaminhada.
Caso se confirme, essa mudança tornaria Pernambuco o último estado nordestino a integrar oficialmente a base aliada de Lula, um feito inédito para a região nas gestões petistas. A articulação, liderada pelo ministro da Pesca, André de Paula, reflete a crescente aproximação de Raquel Lyra com o governo federal. Desde que o PSD passou a integrar a administração estadual, a governadora tem sinalizado uma possível filiação à legenda.
A decisão, no entanto, não se resume a um simples alinhamento político. Lyra, única governadora nordestina de um partido de oposição, encontra no PSD uma oportunidade de fortalecimento, tanto em âmbito local quanto nacional, para uma eventual disputa em 2026. Além disso, o movimento sinaliza uma tentativa de equilibrar sua relação com Lula e com outras lideranças conservadoras, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também mantém laços com o PSD e é um nome cotado para a presidência em 2026.
Para Raquel, a escolha pelo PSD traria uma base sólida e mais acesso aos recursos federais, mas também demandaria habilidade política para manter a coesão em Pernambuco, onde o PSDB elegeu 32 prefeitos e o PSD, 20, nas eleições municipais de 2024. A transição poderia reconfigurar suas alianças, ao mesmo tempo em que coloca Pernambuco em posição de maior influência na esfera federal, com efeitos que ressoam para o restante do Nordeste.
Enquanto o movimento de Lyra pelo PSD ainda está no campo das especulações, o aceno ao governo federal indica uma possível guinada no posicionamento político da governadora e reforça o peso do Nordeste na base de apoio ao presidente Lula. A expectativa é de que os próximos passos de Raquel Lyra definam não apenas seu futuro político, mas também o alinhamento regional em um momento de reorganização das forças nacionais.
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